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Cachorro vesgo: entenda as causas e consequências do estrabismo


 Você pode ter observado que, em algumas raças, é muito comum o cachorro apresentar um certo desvio ocular para fora. Já em outros casos, os olhos do cão podem encontrar-se “juntos”. Quando isso acontece, dizemos popularmente que temos um cachorro vesgo, mas cientificamente chamamos de estrabismo.

Para entendermos quais são as principais causas e consequências do estrabismo para a saúde e a qualidade de vida do cachorro, primeiramente, precisamos conhecer mais sobre essa condição, as particularidades e as características dela. Vamos lá?

Tipos de estrabismo em cães

Assim como em humanos, o estrabismo em cães recebe uma classificação conforme a disposição em que os olhos se apresentam. Basicamente, os tipos de estrabismo são:

➤➤➤ convergente: um dos olhos ou ambos se direcionam para dentro, ou seja, como se o animal estivesse olhando com um ou ambos os olhos para a ponta do próprio nariz;
➤➤➤ divergente: um ou ambos os olhos do animal divergem, ou seja, como se estivessem direcionados para fora, em direção às laterais;
➤➤➤ dorsal: geralmente é unilateral, de modo que o olho do animal é direcionado para cima, ou seja, para a região dorsal;
➤➤➤ ventral: neste tipo, também geralmente unilateral, o animal tem o olho direcionado para o chão.

Causas de estrabismo em cães

Os casos de estrabismo em cães são comuns e se devem a diversos fatores. Entre eles, há os genéticos (herdados) ou os adquiridos (decorrentes de traumatismos, doenças neurológicas, tumores), conforme veremos na sequência.

Estrabismo genético ou herdado

Resumidamente, é importante que saibamos que os casos genéticos (herdados) são considerados fisiologicamente aceitáveis, por isso não trazem riscos maiores ao cão. Eles são comuns especialmente para algumas raças de caninos: Pug, Bulldog Francês, Shar Pei e Shih Tzu.

Nesses casos, como o animal tem uma tendência genética vinculada à raça, não há um processo patológico. O que acontece é que, durante a gestação, os músculos envolvidos na fixação e movimentação dos olhos não se desenvolvem de forma completa, então são substituídos por tecido fibroso, resultando no estrabismo canino.

Estrabismo adquirido

O estrabismo canino adquirido é aquele em que o cão, nascido sem qualquer anormalidade, desenvolve essa condição clínica em decorrência de algum processo patológico de uma doença ou um traumatismo. 

Traumatismos que, de alguma forma, atinjam os nervos ópticos ou quaisquer dos músculos envolvidos na fixação e na movimentação dos olhos (músculos retos, oblíquos e retrator do olho) podem deixar o cachorro vesgo.

A princípio, os casos mais comuns relacionados a traumatismos que podem deixar o cachorro com olho vesgo (estrabico) incluem: traumas, atropelamentos e acidentes com lesões na cabeça.

Diante desses casos, é fundamental que o tutor esteja atento e procure imediatamente o atendimento veterinário para realizar exames específicos e identificar, de forma precoce, possíveis lesões nestas estruturas.

Principais doenças que podem deixar o cachorro vesgo (estrabico)

Os tumores e massas neoplásicas que se desenvolvem na cabeça podem pressionar estruturas (músculos e nervos) que estejam envolvidos na movimentação dos olhos. Isso pode prejudicar esse processo, ocasionando o estrabismo.

Em casos de miosite imunomediada, há a infiltração de células inflamatórias nos músculos que participam da movimentação dos olhos. Esse processo infeccioso pode causar estrabismo.

Além disso, doenças que afetam o sistema nervoso central como meningoencefalite granulomatosa e hidrocefalia, entre outras, podem causar um quadro de estrabismo em cães. Por isso, é fundamental que, diante de qualquer sinal que envolva mudança de comportamento, o tutor procure o médico veterinário imediatamente.

Consequências do estrabismo

As consequências negativas do estrabismo acometem principalmente nos casos em que a condição é adquirida. Esses animais tendem à perda gradativa da acuidade visual, à diminuição na capacidade de formar as imagens tridimensionais e a um desequilíbrio nas forças de formação das imagens a nível cerebral.



Outra consequência é que um dos olhos (sem desvio) do cachorro vesgo  tende a trabalhar mais que o outro. Desta forma, tem-se aquilo que chamamos de “olho preguiçoso”, ou seja, um dos olhos trabalha de forma excessiva enquanto o outro muito pouco nesse mecanismo de formação das imagens.

Formas de tratamento para o estrabismo

Entao, como corrigir estrabismo em cães? A resposta depende da análise detalhada de cada caso. Portanto, deve-se avaliar as causas, os impactos causados à saúde do animal, os riscos da realização de um procedimento cirúrgico, entre outros.

Via de regra, naqueles casos herdados, é recomendado que não se interfira, já que o animal está adaptado a esta condição. Por outro lado, em casos que se desenvolvam a partir de doenças ou traumatismos, a intervenção cirúrgica urgente costuma ser indicada.



Por certo, diante de qualquer alteração ou sinal que indique o desenvolvimento de estrabismo, deve-se buscar um atendimento médico veterinário de forma imediata. Caso você tenha ou conheça alguém que tenha um cachorro vesgo em casa, conte sempre com a ajuda dos profissionais veterinários, pois saberão lhe orientar e buscar o melhor para a saúde de seu melhor amigo.